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Recentemente, a FAO publicou sua revisão de projeções até 2026, apresentando pontos interessantes sobre o consumo de alimentos. E o que esperar da Pecuária nos próximos 10 anos?
Neste post faremos um link entre as Projeções da FAO e assuntos aqui abordados.
Demanda de Carne Bovina
Na última década, a demanda de carne cresceu 6 milhões de t e para a Pecuária dos próximos 10 anos, projeta-se um crescimento de 9 milhões de toneladas. O consumo per capita permaneceu praticamente estável no mundo, com destaque para o crescimento na Ásia (China e Sudeste Asiático). Porém, o grande impulsionador deste aumento de consumo será o crescimento populacional (sub-Sahara África) conforme comentamos no artigo “O ano já começou, o que esperar dos próximos anos? “. Espera-se que 2/3 do crescimento do consumo mundial de carne bovina venha de países em desenvolvimento.
Observamos no Gráfico 1, que o consumo de carnes (bovina, suína e aves) cresceu 1,8% ao ano (a.a) na última década e deve crescer algo próximo a 1,1% a.a. nos próximos 10 anos. Sendo que a principal queda de demanda está relacionada ao menor crescimento da renda per capita.
Oferta de Carne Bovina
No lado da oferta, espera-se que o Brasil aumente sua produção e conquiste uma fatia maior da demanda mundial. No Gráfico 2, pode-se verificar que uma parte significativa do crescimento na produção mundial, tem a participação brasileira.
Porém, a pecuária brasileira terá alguns desafios para aumentar a produção e conquistar estes mercados que se abrem. O primeiro deles está relacionado ao aumento da área de pastagem. A pecuária tradicional, onde parte de sua expansão veio da abertura de novas áreas, não poderá ser a mesma nas próximas décadas. Dois fatores fortes serão impeditivos a este modelo, o primeiro está relacionado com as questões ambientais que dificultarão esta expansão e o segundo com a disputa de terras com a agricultura.
Isto nos leva ao segundo desafio, o aumento da produtividade. No artigo “Crescimento do Rebanho Brasileiro começa a dar sinais de desaceleração“, abordo uma questão importante que tenho observado em meus dados e confirmada em pesquisas da Embrapa. O rebanho brasileiro começou a desacelerar o seu crescimento, o que irá impactar diretamente na oferta futura de bezerro e fêmeas para abate. Isto também pode ser verificado por outros sinais, como o aumento das relações de troca da arroba do bezerro ao longo das últimas décadas. Portanto, só nos resta uma solução para estes impasses, o aumento da produtividade por área e por cabeça.
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