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Imagine duas situações: na primeira, você, empreendedor, se depara na situação em que precisa avaliar a viabilidade de um projeto para a criação de um novo produto, proposto pela sua equipe. E em outra, você está na fase de planejar a abertura de um novo negócio e carece de uma análise para essa ideia de empreendimento.
Para o desenvolvimento de ambas as propostas, o conhecimento sobre informações do mercado, público-alvo, concorrentes, fornecedores, devem ser levados em consideração e podem fazer diferença no resultado que se irá obter no decorrer do projeto, obtendo um resultado positivo ou negativo.
Englobando todos esses tópicos, visando enxergar o sucesso do novo produto ou dos novos negócios, temos o Estudo de Viabilidade Econômica.
Mas o que é o Estudo da Viabilidade Econômica?
O Estudo da Viabilidade Econômica consiste em um trabalho que permite avaliar se determinado projeto é possível de se realizar, se são necessários alguns ajustes para ele acontecer ou se é totalmente inviável.
Esta ferramenta é capaz de apresentar informações a respeito do lucro, investimentos necessários, além é claro, de demonstrar os riscos desse investimento. Buscando apresentar a efetividade do negócio a partir de projeções do seu comportamento no mercado.
Com sua aplicação, não há garantia de sucesso do negócio, produto ou serviço, mas ocorre sim, a minimização dos riscos.
Nele são realizadas análises de mercado da empresa, produto ou serviço, projeção de receita, custos e investimentos, taxa interna de retorno, fluxo de caixa, tendências do ramo, valor presente líquido, mão de obra necessária, payback, faturamento, estudo da implantação física do projeto, entre muitos outros pontos.
A importância da Viabilidade nos negócios
Como já mencionado no exemplo da introdução, o Estudo de Viabilidade Econômica é primordial na condição de se avaliar um projeto, seja ele de um novo produto ou serviço, novo empreendimento, ou a expansão de algum já existente. Não basta ter a ideia, é necessário entender o mercado e presumir os retornos financeiros.
O conjunto das informações levantadas no estudo já citados anteriormente, possibilitará as projeções e a visualização em números do potencial do projeto, das perspectivas através de cenários otimistas e pessimistas dentro do escopo e de seu retorno. Isso permitirá que o responsável por ele defina diretrizes e estratégias de forma segura e com projeção de faturamento.
Dessa forma, nota-se que essa ferramenta é resultado de muito estudo e embasamento sobre o tema do negócio, o que é totalmente necessário antes de se pensar em investir qualquer dinheiro em um projeto que poderá trazer problemas ainda não dimensionados. Logo, o ideal é aguardar o resultado da viabilidade para começar a rodar esse novo negócio.
Caso o projeto seja colocado em funcionamento após o estudo, é importante que mantenha esse documento sempre alinhado/atualizado com o projeto, acompanhando a sua evolução, enxergando possíveis desvios e buscando readequações para potencializar os resultados.
Um empreendedor deve se preocupar com a viabilidade financeira sempre que for preciso fazer investimentos.
Como fazer essa análise de Viabilidade Econômica?
A Viabilidade Econômica exige um grande estudo e levantamento de informações sobre o assunto do negócio em que se pretende entrar ou expandir, como mencionado, envolve tópicos como:
- Análises de mercado ou segmento;
- Tendências do ramo de atuação;
- Estudo da implantação do projeto;
- Projeção de receita;
- Custos e investimentos;
- Desenvolvimento e estudo dos principais indicadores (TIR, VPL, payback, ROI);
- Entre muitos outros.
Segundo Camargo (2017), o estudo de Viabilidade deve conseguir responder algumas perguntas como:
- Quais são os rendimentos e despesas esperados nos próximos anos?
- Qual será o rendimento do capital investido?
- Qual o mínimo que o negócio precisa faturar para começar a lucrar?
E para responder esses questionamentos, existem alguns “passos”, a serem desenvolvidos pelo responsável do estudo:
Projeção de Receitas
O passo inicial da análise de um projeto após o levantamento e desenvolvimento de tópicos anteriores será a projeção do volume da receita, que é presumir o que o projeto pode gerar de rendimentos para os investidores.
A projeção como a palavra já diz, busca estimar o quanto se espera faturar com o projeto funcionando como o planejado, além de expectativas de crescimentos no período proposto.
É necessário se atentar a todo estudo de mercado nesse momento, por exemplo, entender da sazonalidade do produto, pode mudar os rumos de um projeto.
Projeção de custos, despesas e investimentos
Assim como as receitas, as previsões de custos, despesas e investimentos precisam ser analisadas. Eles em conjunto vão formar a ferramenta central que é o fluxo de caixa do projeto para um período pré-estabelecido. Através dessas estimativas será possível responder perguntas como: “Quanto de investimento o projeto precisará?” ou “Quais os custos operacionais?”.
Nele temos:
- Custos fixos, sendo tudo aquilo que é recorrente (água, luz, aluguel, salários);
- Custos variáveis, que depende do volume de produção ou vendas (comissão, participação nos lucros, gratificação);
- Os impostos, que neste caso é indicado consultar um contador.
O fluxo de caixa projetado
A ferramenta em questão é um dos instrumentos fundamentais para a gestão financeira de uma empresa. Através dele é possível controlar os desdobramentos do caixa do negócio.
No estudo de viabilidade financeira, o fluxo de caixa também é peça chave, ele será obtido de forma projetada através das duas projeções anteriormente citadas. Com essa perspectiva de caixa, será possível verificar o saldo para todo período estudado.
Com as informações organizadas no fluxo de caixa será possível elaborar um dos maiores aliados da viabilidade, os indicadores financeiros.
Os indicadores de Viabilidade
Com as projeções todas feitas, é hora de utilizar os indicadores. Nesse ponto, teremos uma maior base para direcionar economicamente se o investimento deverá ser feito ou não.
Existem diversos indicadores utilizados para analisar a viabilidade econômica de um projeto. Os mais comuns são: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Payback.
- Valor Presente Líquido (VPL): Ele analisa todos os fluxos de caixa projetados para o investimento, em uma data base. É o resultado da diferença entre o valor investido e aquele que será resgatado ao fim do investimento, trazidos ao valor presente, assim podendo ter a verdadeira noção do valor do dinheiro no tempo.
Resumidamente, sua interpretação é: se o resultado do VPL for positivo, indica que o projeto tem capacidade de gerar lucros; ou caso seu valor seja zero, significa que o projeto é capaz de pagar o investimento apenas. E por fim, o resultado negativo demonstra que o projeto não trará lucros, e sim prejuízos.
- Taxa Interna de Retorno (TIR): Representa a taxa de retorno que zera o nosso VPL. Expressa na forma de uma taxa percentual, e se apresenta na periodicidade dos fluxos de caixa, isso é de forma anual.
Para a interpretação da TIR, deve-se ter em estipulado Taxa Mínima de Atratividade (TMA) do investimento, pois será necessário comparar essas duas taxas. Com elas temos as comparações: TIR maior que a TMA significa que o retorno é superior que o mínimo esperado pelo investidor; TIR igual TMA o projeto se equipara ao esperado; e TIR menor que TMA o projeto não atinge o retorno esperado.
- Payback: Talvez o mais simples de entender, apresenta o período de retorno do investimento, ou seja, quanto tempo um projeto levará para pagar os investimentos.
Basicamente para chegar à uma conclusão, basta alinhar as expectativas de retorno com o tempo previsto. Caso o tempo necessário esteja de acordo com o esperado, o investimento tem potencial.
Como mencionado, existem alguns outros indicadores de avaliação, entre eles o Payback descontado, o Valor Anual Equivalente e o Índice de Recuperação do Investimento, os quais irão auxiliar na tomada de decisão e no planejamento dos próximos passos do projeto.
Ainda é importante se mencionar, que caso a decisão seja positiva ao andamento do negócio, é necessário fazer o acompanhamento próximo das finanças, garantindo que elas sigam ou supere o que foi projetado no estudo da Viabilidade Econômica.
Para saber mais sobre as áreas de administração e economia em projetos desenvolvidos para o agronegócio aguarde os próximos posts sobre gestão ou entre em contato com o ADECA Agronegócios.
Site: https://portaladeca.com/ Telefone: (19) 3429-8855 e-mail: adeca@cepea.org.br Instagram: @adecaagronegocios
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Referência
CAMARGO, R. F. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira de projetos: como a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira contribui para manter as surpresas longe de seu negócio. 2019. Disponível em: < https://www.treasy.com.br/blog/estudo-de-viabilidade-economica-e-financeira-de-projetos/>. Acesso em: 09 nov. 2020.
Excelente artigo!