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Quando um negócio ou uma pessoa física obtém receita financeira e dispêndio de capital tanto para investimento, como para gastos e custos, há uma movimentação do dinheiro disponível. Para isso, o controle de toda entrada e saída monetária pode ser feita utilizando um fluxo de caixa.

De acordo com o SEBRAE (2011), o fluxo de caixa nada mais é do que uma ferramenta de organização financeira. Nela, deve ser contabilizada, como o nome já diz, o fluxo (entrada e saída) do capital existente. Isto serve para que o responsável pelo financeiro do empreendimento tenha uma maior visibilidade sobre a saúde financeira do negócio, facilitando o entendimento da empresa em si e como lidar nos próximos períodos.

Entradas de capital

A entrada de capital pode ser definida a partir da receita gerada pela venda do produto produzido ou serviço realizado. Também é considerado como entrada todas as vendas de ativos (imóveis, equipamentos, automóveis…) que a empresa fará em um período, além de qualquer aporte financeiro feito na empresa, seja por financiamento quanto por investimento de terceiros ou venda de ações para novos sócios. É importante salientar que na inserção no fluxo de caixa, tudo o que é entrada de capital deve ser considerado como positivo.

Cenários Pecuária e Grãos - Agromove
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Saídas de capital

No que tange a saída de capital, diversos pontos devem ser considerados. Existem diversas diferenciações sobre os tipos de gastos existentes para serem contabilizados no fluxo de caixa, mas os principais são investimento, custos e despesas. Pode-se definir como:

  • Investimento: acontece quando o negócio será inicializado, com a aquisição de tudo que será necessário, tanto material quanto a parte burocrática. Também se utiliza a função de vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s);
  • Custos: gastos com bens (como matéria prima) e/ou serviço (como mão de obra) que sejam usados durante a produção ou realização de outros bens e serviços. O custo só afetará o resultado da parcela do gasto que corresponde aos produtos vendidos. Os custos ainda podem ser divididos em:
    • Fixos: são os custos que não se alteram, independente do volume de venda ou produção. Exemplo: aluguel;
    • Variáveis: dependendo da quantidade de produto produzido ou serviço realizado, o valor dispendido será alterado. Exemplo: energia;
    • Diretos: custos do que é transformado em mercadoria. Nesse sentido, sugere-se saber à que se destinou o material retirado do almoxarifado;
    • Indiretos: enquanto os custos diretos são atribuídos diretamente aos produtos, os custos indiretos devem antes ser alocados (distribuídos) pelos vários centros de custos para só então serem transferidos aos produtos;
  • Despesa: todas as saídas de capital e os demais fatores identificáveis na administração, financeiros e relativos às vendas, que reduzem a receita, afetando diretamente o resultado do exercício.

Com os resultados obtidos a partir do fluxo de caixa do exercício, existem indicadores contábeis que avaliam a saudabilidade do negócio, como o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultado do exercício (DRE).

Mas o que é balanço patrimonial e DRE?

O balanço patrimonial é uma demonstração contábil realizada pelas empresas que apresenta a posição patrimonial e financeira que a empresa possui em um determinado período (geralmente um ano), no qual todos os bens, direitos e obrigações que a empresa possui são representados. Os bens e direitos são postos do lado esquerdo do balanço e são chamados de ativos, enquanto do lado direito ficam as obrigações, que são chamadas de passivos, além do patrimônio líquido, em que é descrito todo o investimento feito na empresa, seja investimento próprio ou de terceiros. Segundo Assaf Neto (2012), o balanço tem origem a partir do equilíbrio das três partes essenciais: ativo, passivo e patrimônio líquido. O balanço é realizado a partir da igualdade entre o ativo com a soma do passivo e patrimônio líquido sendo eles:

  • Ativo: conjunto de bens e direitos que a organização possui, contendo valores econômicos que podem ser revertidos em dinheiro, proporcionando ganho para a empresa. Nele, estão identificados onde os recursos, pertencentes a organização, estão aplicados, demonstrando os benefícios presentes e futuros da empresa.
  • Passivo: passivo é o conjunto de obrigações e dívidas feitas pela empresa, tendo origem nas despesas e nas contas que a empresa tem a pagar, geralmente feitas para obter um crescimento do ativo, como um empréstimo feito para adquirir matéria-prima.
  • Patrimônio Líquido: são consideradas as contas que apontam o valor contábil de uma empresa, levando em consideração o capital social, lucros acumulados e, por fim, o resultado final do fluxo de caixa.
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A demonstração do resultado do exercício, conhecida como DRE, tem como objetivo demonstrar a partir de um esquema, os resultados (lucro ou prejuízo) obtidos a partir da organização de seu exercício social. Após a obtenção do resultado, este é transferido para o patrimônio líquido. O resultado que se obtém a partir da DRE são decorrentes das receitas, custos e despesas realizadas pela organização no período. Esta demonstração deve ser estruturada a partir do que consta no artigo 187 da Lei nº 6.404/1976. De acordo com Ribeiro (2009), não há um modelo fixado pelas organizações, porém, existem dados básicos que devem conter na demonstração:

  • A receita bruta de vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  • A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  • As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais;
  • O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  • O resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para esse imposto;
  • As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesas;
  • O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Com essas informações, é possível saber a importância do fluxo de caixa na realização de cálculos e índices financeiros como a TIR (Taxa Interna de Retorno), VPL (Valor Presente Líquido) e Payback. Com os resultados desses indicadores, pode-se analisar a forma com que o empreendimento está financeiramente, com os níveis de retorno, valores futuros e a forma como a moeda flutua ao longo do tempo, desde o investimento inicial.

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Referências

SEBRAE. O que é e como implementar o fluxo de caixa? 2011. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/faq/o-que-e-e-como-implementar-o-fluxo-de-caixa,dd2ed082725bd410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 24 out. 2020.

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

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