Carne
Foto: Jez Timms.

Apesar de 2017 ter sido um ano de grandes turbulências para a pecuária, com notícias como Carne Fraca, Funrural, delações premiadas em grandes grupos do setor, a Margem Bruta (margem após a exclusão dos custos variáveis) dos Frigoríficos foi uma das melhores da última década.

A Margem do Mercado Interno (MI), ou seja, o boi casado sobre o preço do boi gordo, raramente apresenta margens positivas. Porém, em 2017, esta margem voltou a subir, indicando que a simples venda da carcaça casada já permite ao frigorífico apurar margem. Quando adicionamos ao MI, o potencial das exportações de agregar valor à carne, estas margens sobem e elevam a margem dos frigoríficos exportadores para as maiores das últimas décadas. Ou seja, tanto o mercado interno como o externo, apesar da crise sofrida pelos produtores, estão muito lucrativos.

Não é a toa que recentemente começamos a visualizar diversas notícias de melhora na rentabilidade das indústrias ou de ampliação na produção, tanto as indústrias que têm atuação no mercado interno, como aquelas voltadas para exportação.

“Minerva (BEEF3)

O Minerva fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 85,8 milhões. Uma alta de 80,9% ante os R$ 47,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da companhia avançou 34,9%, passando de R$ 2,53 bilhões para R$ 3,42 bilhões entre julho e setembro deste ano.”

“Frigorífico Better Beef investirá R$ 84 milhões para ampliar produção”

Estes fatos demonstram que as indústrias estão dispostas a disputar fortemente a fatia de mercado deixada pelo JBS e que não irão perder esta oportunidade. Também oferece ao produtor mais opções na hora de escolher seus clientes. Pois a melhora nas margens destes, oferece menos risco ao vender para industrias menores.

Por outro lado, demonstra que o produtor pagou caro por esta conta. A queda dos preços a partir do episódio da Carne Fraca (abril/17), que se agravou com a delação premiada, aumentando a escala nas demais indústrias, fez com que estas aproveitassem o excesso de oferta para ampliarem suas margens, espremendo a margem do produtor. A margem dos frigoríficos ampliaram a partir do evento da Carne Fraca. Só voltando a buscar uma correção em julho/17, quando estes conseguiram acertar suas escalas, através de mais plantas abertas ou aumento no volume de abate diário.  Recentemente, vimos que a retomada da demanda nas festas de final de ano, também permitiram a indústria absorver boa margem no mercado interno. Esta é a lei do mercado e cada um aproveita o momento propício para ampliar suas margens.

O interessante nestes fatos é o mercado mostrar a volta do equilíbrio. Com a ampliação de outras indústrias, que no passado, não se beneficiaram das escolhas do governo e com o aumento nas exportações, que voltaram a ocorrer a partir de julho/17.  Este fato é muito bom e vem em conjunto com uma retomada das exportações, o que ajuda a aliviar a fraca demanda no mercado interno. Os volumes exportados cresceram, mesmo com o aumento dos preços da tonelada em dólar. O que indica um aumento na demanda pela carne bovina brasileira no mercado externo.

Portanto, não resta dúvida que a retomada da demanda ocorrerá inicialmente pelo mercado internacional, que já demonstra interesse em retomar as compras no Brasil. A aceleração no crescimento em alguns importantes importadores, como Rússia e China, também acende uma luz verde para a demanda de carne. Porém, não podemos esquecer que o nosso maior consumidor está no MI. E uma perspectiva melhor nos preços estará atrelada à velocidade de retomada do crescimento.

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