Índice
Introdução
O mercado de carne bovina em 2025 apresenta desafios inéditos e oportunidades estratégicas para produtores, importadores e consumidores. Atualmente, observamos uma oferta apertada e uma demanda que se mantém resiliente, além de tensões geopolíticas capazes de modificar os fluxos comerciais em curto prazo. Neste artigo, você vai entender os principais fatores que moldam esse cenário e como a Agromove pode ajudar com análises detalhadas e projeções precisas.
Oferta e Demanda: O Cenário de Escassez Estrutural
Primeiramente, a produção global de carne bovina passa por um ciclo de reconstrução de rebanhos, especialmente nos grandes produtores como Estados Unidos e Brasil. Esse processo reduz o volume disponível para abate no curto prazo. Consequentemente, mesmo com ganhos pontuais em países como Austrália e Índia, a oferta não consegue acompanhar o apetite mundial.
Figura 1 – Produção de Carne Bovina pelos maiores players.

Fonte: FAO Food Outlook.
Além disso, a procura por carne bovina segue firme, impulsionada pelos EUA e pela China. Nos Estados Unidos, a retração do estoque doméstico força o aumento de importações; já na China, a preferência por cortes importados continua em alta diante de ajustes na produção interna. Portanto, a combinação de oferta reduzida e demanda crescente gera pressão constante sobre os preços.
Figura 2 – FAO Índice mensal de preços internacionais das carnes de bovinos, ovinos, suínos e frango (2104 – 2016 = 100)

Fonte: FAO.
Choques Geopolíticos e Tarifas: Impactos Diretos no Mercado de Carne Bovina
Em seguida, devemos considerar os recentes choques geopolíticos que abalaram o mercado de carne bovina em 2025. Em julho, os EUA anunciaram uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros, vigorando a partir de agosto. Essa medida, por sua vez, eleva o custo e inviabiliza parte das exportações brasileiras para o maior mercado consumidor.
Entretanto, os reflexos dessa política não se restrigem aos Estados Unidos. A China, principal destino alternativo, já investiga salvaguardas para controlar o volume repentino de importações do Brasil. Assim, corre-se o risco de uma reação em cadeia de medidas protecionistas, afetando todos os grandes exportadores.
Tabela 1 – Principais fornecedores de carne para os EUA e evolução tarifária.

Cenários para o Futuro Próximo
A partir dessa complexidade, podemos visualizar três cenários principais:
1. Guerra Comercial em Larga Escala: caso a tarifa de 50% seja mantida e o Brasil retaliar, teremos interrupção de fluxos, alta volatilidade de preços e grande deslocamento de oferta para mercados secundários.
2. Desescalada Negociada: se houver acordo diplomático, o comércio tende a retornar a um patamar estável, permitindo que fundamentos de oferta e demanda ditem o ritmo dos preços.
3. Incerteza Prolongada: na hipótese de adiamentos ou tarifas moderadas, a instabilidade persiste, e as decisões de compra se tornam mais conservadoras, com contratações de curto prazo.
Impactos no Consumidor e na Indústria
Por outro lado, para o consumidor final, a alta dos preços da carne bovina pode acelerar a migração para proteínas alternativas, como aves e suínos, que se mostram mais acessíveis. Para as indústrias frigoríficas, o momento exige estratégias de diversificação de fornecedores e de produtos, inclusive ampliando misturas de carnes processadas.
Além disso, o segmento de aves ganha destaque, pois seus preços, em contraste, apresentam tendência de queda moderada, mesmo diante de desafios sanitários. Dessa forma, o equilíbrio das cadeias de suprimento torna-se ainda mais essencial.
Recomendações Práticas para Stakeholders
Para navegar nesse ambiente dinâmico, sugerimos ações claras:
- Processadores dos EUA: diversificar contratos de aparas entre Austrália e Nova Zelândia e avançar em produtos com mistura de proteínas.
- Exportadores brasileiros: buscar mercados de alto valor no Norte da Ásia e intensificar a diplomacia comercial para reduzir barreiras.
- Produtores Rurais do Brasil: desacelerar no curto prazo os sistemas de engorda até o mercado encontrar uma solução para redistribuir a carne excedente.
Conclusão
Em suma, o mercado de carne bovina em 2025 enfrenta um cenário de oferta apertada, demanda firme e fortes riscos de protecionismo. Portanto, quem desejar aprofundar-se em projeções, entender as probabilidades de cada cenário e acessar análises detalhadas deve conferir o relatório completo na Plataforma Agromove.
Descubra todos os detalhes e estratégias para 2025 em www.agromove.com.br.

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