A evolução da espécie humana está atrelada à evolução dos demais animais, especialmente os animais domésticos. Conforme ocorria a modificação do ambiente o ser humano foi impulsionado a tomar novos rumos frente aos desafios que se apresentavam.
Hoje falamos muito sobre qualidade de vida, que é uma metodologia de mensuração que se aplica a todos os seres vivos, pois quantifica condições que contribuem com a saúde física, psicológica, relações sociais e com o meio ambiente. Parece difícil aplicar esses conceitos quando falamos de animais de produção, porém os produtores precisam estar atentos às mudanças de mercado, consciência dos consumidores e resultados de estudos científicos.
O consumo da carne vermelha possibilitou ao homem um avanço evolutivo impressionante, e foi incrementado com a utilização do fogo. Esse fato já demostra que foi necessário melhorar gradativamente as formas de manejar os animais que forneciam a carne.
A estruturação das sociedades não pode ser separada da criação de animais, e essa narrativa está em vários livros históricos. Você sabia que os primeiros hominídeos começaram a consumir carne vermelha há aproximadamente 2,7 milhões de anos? E que eles se alimentavam dos restos deixados pelos grandes predadores? Já imaginou como era difícil esse tempo? Hoje contamos com técnicas modernas que nos possibilitam aproveitar ao máximo o potencial produtivo que os animais têm a oferecer.
Quando falamos em bem-estar animal, pensamos em condições que são benéficas para a espécie em questão, porém precisamos conhecer ao menos um pouco sobre o comportamento natural da espécie com a qual trabalhamos para que seja possível avaliar essas condições.
Os bovinos, por exemplo, evoluíram soltos, pastando e se locomovendo conforme a necessidade do grupo. Não eram direcionados por humanos, seguiam o fluxo da disponibilidade de recursos, sazonalidade e predadores. Ainda estamos descobrindo muito sobre o comportamento das espécies, conhecer seus locais de origem, comportamento alimentar, social e reprodutivo, são conhecimentos que sem dúvida possibilitam a implementação efetiva de práticas zootécnicas.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2020, o rebanho bovino do Brasil representou 14,3% do rebanho mundial, com 217 milhões de cabeças, considerado o maior rebanho bovino do mundo. O país ainda ocupou o 2º lugar na exportação de carnes (bovinas, suínas e aves) totalizando 13,4% do total mundial.
Como o produtor pode inserir a demanda pelo bem-estar animal em seus sistemas de produção e garantir o retorno financeiro? Ou será que por não aplicar técnicas que contribuem com o bem-estar o produtor está deixando de receber remuneração pelo litro de leite ou arroba de boi vendido?
No Webinar “Bem-estar Animal: quanto você está deixando de ganhar?”, vamos falar de um importantíssimo elemento que é essencial para a sobrevivência de todas as espécies: a ÁGUA.
A ÁGUA deve ser fornecida em quantidade e com qualidade adequadas, o tamanho e formato dos bebedouros pode interferir no acesso.
As aguadas naturais, além de serem possíveis fontes de problemas sanitários como as clostridioses, impedem o acesso à água de qualidade devido à questão da hierarquia social do grupo. Animais de alto ranque social, os dominantes, bebem primeiro, urinam e defecam na água, o que sobra para os demais é água suja e muitas vezes lamacenta, que na maioria das vezes não é ingerida.
Já ouviu falar naquela frase: você beberia da mesma água que fornece para seus animais? Esse questionamento se ainda não foi feito em sua propriedade, poderá lhe mostrar o quanto você está deixando de ganhar.
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