Mulher agronegócio
Mulher agronegócio

Recentemente, li um artigo muito interessante, o qual abordava a importância das Mulheres na Economia. Aproveito para fazer algumas observações pertinentes ao Brasil. Seguem os principais destaques deste movimento que precisamos acelerar.

Segundo dados da McKinsey Global Institute Analysis (MGI), a América Latina, cresceu ao redor de 3% a.a. ao longo dos últimos 15 anos. Valor bem menor que o crescimento médio de 5,6% a.a. nas principais regiões emergentes, Gráfico 1. É importante observarmos que ao crescer menos que as demais regiões, ao longo do tempo nos tornamos defasados, menos atrativos ao investimento internacional e, consequentemente, nossa renda per capita crescerá menos, Gráfico 2.

Gráfico 1 - Crescimento do PIB dos Principais Países em Desenvolvimento.

Gráfico 1 – Crescimento do PIB dos Principais Países em Desenvolvimento.
Gráfico 2 - PIB per capita e crescimento da produtividade na América Latina vs. Países Desenvolvidos 2000 – 2015.
Gráfico 2 – PIB per capita e crescimento da produtividade na América Latina vs. Países Desenvolvidos 2000 – 2015.

Desta forma, quanto mais demorarmos em corrigir nossas falhas, mais nos distanciamos de nossos pares. No Gráfico 3, ao distribuirmos o crescimento do PIB entre o efeito da produtividade e o da força de trabalho, verificamos que:

• A produtividade da América Latina foi a que menos cresceu, representando em média 0,6% a.a., enquanto a Ásia cresceu 6.1% a.a.

• 78% do crescimento do PIB da América Latina está relacionado ao crescimento da força de trabalho e apenas 22% relacionado ao aumento de produtividade. Na Ásia, o efeito é praticamente o inverso, 80% produtividade e 14% força de trabalho. O aumento da produtividade é extremamente importante em países que estão desacelerando o crescimento populacional. Pois, é a melhor forma de compensar a redução da força de trabalho e aumentar a renda.

• No mesmo período, o PIB brasileiro cresceu 2,7% a.a. Sendo que a produtividade representou 23% deste crescimento e a força de trabalho, 77%. Ou seja, praticamente igual à média da América Latina.

Gráfico 3 - Contribuição da Produtividade no Crescimento do PIB no Mundo entre 2000 e 2015.
Gráfico 3 – Contribuição da Produtividade no Crescimento do PIB no Mundo entre 2000 e 2015.

Assim, quando entendemos que grande parte do nosso crescimento na última década esteve relacionado ao aumento da força de trabalho (78%), e que nas próximas décadas a nossa população estará desacelerando seu crescimento, compreendemos a importância de agendar esforços no aumento da produtividade, na educação focada na empregabilidade e em igualar as condições de trabalho das mulheres.

Promover a igualdade de gêneros no mercado de trabalho

A entrada das mulheres no mercado de trabalho traz grandes benefícios a países com envelhecimento da população. Principalmente, no aumento da força de trabalho e no crescimento do PIB.

Segundo pesquisas da MGI global, o potencial de aumento do PIB global seria de $12 trilhões de dólares se estreitássemos as diferenças dos gêneros para algo próximo das melhores práticas regionais (best-in-region cenário). E se as mulheres participassem do trabalho de forma igual aos homens (a full potencial cenário), o potencial seria de $ 28 trilhões de dólares adicionais ao PIB mundial.

A pesquisa também mostra que o potencial de aumento do PIB na América Latina com estas ações, é o segundo maior do mundo (depois da Índia), Gráfico 3.

Quatro ações são importantes nesta agenda e estão fortemente correlacionadas à igualdade dos gêneros no trabalho:

(1) educação,

(2) auxílio no planejamento familiar,

(3) mortalidade materna  e

(4) inclusão financeira.

Se considerarmos que, ao menos 30% da força de trabalho brasileira está ligada ao agronegócio, somarmos a este fator, o êxodo rural e a baixa participação das mulheres no campo, o potencial de contribuição feminino no crescimento do PIB é enorme. Em várias economias avançadas, este movimento já ocorreu.

Gráfico 4 - Corrigir as diferenças de gênero pode adicionar à América Latina $1,1 a $2,6 trilhões de dólares ao PIB até 2025.
Gráfico 4 – Corrigir as diferenças de gênero pode adicionar à América Latina $1,1 a $2,6 trilhões de dólares ao PIB até 2025.

Desenvolver ferramentas e fortalecer as ligações entre educação e trabalho.

Apenas para se ter uma ideia, 37% das companhias pesquisadas disseram que encontrar trabalhadores qualificados era um dos principais obstáculos. Este número é maior que a média global. O Brasil se destaca com 68% dos gestores alegando dificuldades em encontrar pessoas qualificadas.

A educação nestes países, também precisa ser endereçada a estas demandas. Segundo estudos da McKinsey, em 2012, 50 a 60% dos jovens estudantes da América Latina não trabalhavam nas profissões em que se formaram. Outro estudo demonstra que 50%  dos alunos com 15 anos não possuem as competências básicas em matemática, ciências e redação. Enquanto que na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a média está em 21% dos jovens.

Três medidas principais ajudariam a conduzir estas diretrizes:

(1) melhorar a coleta e disseminação de informações,

(2) ampla colaboração dos diversos setores e

(3) criação de um sistema integrado de educação para o trabalho que coordene, catalise e monitore as atividades entre os setores e os stakeholders.

As questões relacionadas com a melhoria de produtividade abordaremos no próximo artigo.

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Pecuária de Decisão.
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