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Cenário de Mercado para o Milho na Safra 2025: a Agromove conversa com Alberto Pessina, CEO da empresa, para entender as perspectivas do milho na safra 2025. Nesta entrevista, Pessina destaca os fatores que influenciam as cotações, os riscos e oportunidades no mercado interno e global, além das estratégias para proteger os resultados diante da volatilidade.
Cenário Atual e Perspectivas para 2025
Agromove: Alberto, como você avalia o cenário do milho para a safra 2025?
Alberto Pessina: Atualmente, observamos no mercado físico em estabilidade com uma pressão altista nos últimos dias, com preços futuros em alta, mas sem romper as máximas. No curto prazo, os estoques baixos de passagem têm sustentado cotações elevadas. Entretanto, o desenrolar do plantio pode trazer uma expectativa de safra boa e colocar uma pressão de oferta na safrinha.
Agromove: Quais fatores globais e internos vão influenciar o mercado no próximo ano?
Alberto Pessina: Globalmente, a redução na oferta e a crescente demanda garantem cotações melhores que as da safra 2024. No Brasil, a previsão é de uma produção superior à safra passada, o que pode gerar pressão baixista durante a colheita. No entanto, as pressões altistas de curto prazo, as boas condições climáticas para o plantio e a perspectiva de uma safrinha robusta criam oportunidades importantes para proteger a boa produtividade com bons preços.
Agromove: Como essas variáveis impactam as decisões dos produtores?
Alberto Pessina: Esses fatores reforçam a necessidade de monitoramento constante e planejamento estratégico. Com a volatilidade dos preços, é fundamental proteger os resultados, principalmente por meio de instrumentos financeiros, como opções, que oferecem uma proteção eficaz contra oscilações inesperadas.

Riscos e Oportunidades no Mercado de Milho
Agromove: Quais são os principais riscos que o setor enfrenta para a safra 2025?
Alberto Pessina: Um risco significativo é a pressão baixista na colheita, decorrente do aumento da oferta interna. Problemas logísticos e desenrolar do plantio podem intensificar essa volatilidade, impactando os preços de forma negativa.
Agromove: E quanto às oportunidades nesse cenário?
Alberto Pessina: As oportunidades estão atreladas à dinâmica global. Com o déficit de oferta em outros países e a demanda mundial em alta, os preços têm potencial de valorização para o quarto trimestre, ainda que de forma moderada. Isso cria um ambiente favorável para negociações no mercado futuro, onde os produtores podem conseguir cotações mais vantajosas do que as da safrinha de 2024.
Agromove: Como os produtores podem aproveitar esses cenários aparentemente conflitantes?
Alberto Pessina: Manter uma visão estratégica e adotar medidas proativas é essencial. Enquanto os estoques baixos sustentam preços elevados no curto prazo, o planejamento para a pressão de oferta na colheita é crucial. Aproveitar que as expectativas para a safrinha estão altas e utilizar ferramentas de gestão de risco para diversificar os canais de venda pode transformar desafios em vantagens competitivas.

Estratégias de Proteção e Inovação no Setor
Agromove: Diante da volatilidade e das pressões de oferta, quais estratégias de proteção você recomenda?
Alberto Pessina: Recomendo o uso de contratos futuros, NFD e opções para proteção de preços. Essas estratégias permitem que os produtores fixem um patamar seguro, minimizando os impactos das oscilações do mercado. Com os preços futuros em alta, essa proteção se torna ainda mais relevante.
Agromove: Você poderia destacar uma estratégia que já tem mostrado bons resultados?
Alberto Pessina: Observamos que a estratégia com opções, aliada ao hedge, vem se destacando. Essa combinação não só protege os preços, mas também permite que os produtores se beneficiem de movimentos favoráveis no mercado, transformando a volatilidade em oportunidade de ganhos. Exemplo: ao comprar um seguro de baixa (PUT) de R$ 70/saca, você garante um preço mínimo, mas se o mercado estiver mais alto, vai se beneficiar desta alta.

Considerações Finais e Recomendações
Agromove: Para concluir, qual conselho você daria aos produtores e investidores de milho?
Alberto Pessina: É fundamental manter-se atualizado e adotar uma postura proativa. O cenário para a safra 2025 apresenta desafios, especialmente com a pressão de oferta durante a colheita, mas também oferece oportunidades no mercado global. Investir em tecnologia, monitoramento e proteção de preços é a chave para transformar incertezas em resultados sólidos.
Agromove: Quais tendências continuarão a influenciar o mercado de milho?
Alberto Pessina: A integração entre tecnologia e agronegócio é uma tendência irreversível. O uso de inteligência artificial para monitorar o mercado e encontrar as oportunidades será decisivo para a rentabilizar a atividade. Principalmente se considerar os juros elevados da próxima safra. Além disso, a diversificação dos mercados de exportação e o aumento da demanda global continuarão pressionando as cotações, reforçando a importância de estratégias de proteção.
Agromove: Muito obrigado, Alberto, por compartilhar suas análises e estratégias conosco.
Alberto Pessina: Obrigado pela oportunidade. Estamos juntos na busca por um agronegócio mais resiliente e inovador. O futuro do milho e do agronegócio brasileiro depende da capacidade de se adaptar e aproveitar cada oportunidade que o mercado oferece.

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