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Ferrugem da Soja: Tudo o que você precisa saber sobre a mais importante doença dessa cultura

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Soja

Os produtores de soja no Brasil enfrentam um grande inimigo. Um fungo chamado Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja, hoje considerada a doença de maior importância para essa cultura.

Segundo a Embrapa, as perdas devido à essa doença podem chegar de 10% a 90%. Foi constatada pela primeira vez no Brasil em 2001 e, desde então, tem causado danos de US$ 2,8 bilhões por safra.  

Mas fique tranquilo, é possível evitar que essa doença ataque sua produção. Para isso, é importante conhecer o seu ciclo, saber como está a ocorrência nas principais regiões produtoras e sempre estar atento às principais medidas de manejo.

Conhecendo a ferrugem da soja e sua ocorrência pelo Brasil

Sua primeira aparição no continente americano foi no Paraguai em 2001, alguns meses depois já estava se instalando no Brasil e hoje, está amplamente espalhada por todos os estados produtores do país.

Na safra de 2019/20 já foi registrada a primeira ocorrência da doença no Paraná no fim de 2019, e a boa notícia é que, comparada com a safra passada no mesmo período do ano, o número de focos da doença diminuiu.

Mas isso tem uma explicação. As condições climáticas favoráveis para a ocorrência da doença são em temperaturas entre 8°C e 28°C, sendo mais favorável ainda as temperaturas de 16°C a 28°C. Na temperatura de 25°C, algumas infecções ocorrem quando há no mínimo 6 horas de molhamento foliar, sendo o ótimo de 12 horas.

Porém, segundo a Embrapa, a semeadura da safra atual ocorreu mais tardiamente e de maneira mais espalhada por conta da falta de chuva, ou seja, não houve oportunidade para um super desenvolvimento do fungo.

Entenda o ciclo da ferrugem da soja

O ciclo da doença começa com o esporo (chamado urediniósporo), que nada mais é do que a estrutura de reprodução do fungo, ou seja, ele é responsável por dar origem a novas infecções através da penetração pelas folhas da planta.

Urediniósporos de Phakopsora pachyrhizi.
Fonte: APSNET
Urediniósporos de Phakopsora pachyrhizi.
Fonte: APSNET

O esporo é capaz de disseminar através do vento para outras plantas.

Para que o fungo infecte a planta, necessita de condições favoráveis como disponibilidade de água livre na folha, no mínimo de 6 horas de molhamento foliar e temperatura entre 15 e 25°C.

A penetração do fungo é feita através da cutícula da folha de forma direta. Após alguns dias é possível identificar os sintomas.

  • Na parte superior das folhas observa-se pequenos pontos de coloração mais escurecida que o tecido sadio.
  • Na parte inferior das folhas ocorrem as lesões chamadas urédias ou pústulas que apresentam coloração castanha a marrom.
  • Nessas pústulas são formados os esporos que a partir daí, podem ser dispersos pelo ambiente e começar o ciclo novamente.

O fungo completa seu ciclo de vida em 6 a 9 dias, quando em condições favoráveis.

Com o progresso da doença, as folhas que apresentam alta densidade de lesões, ficam amareladas e caem, causando desfolha e afetando a produção na lavoura.

Ciclo da Ferrugem da Soja.
Fonte: Reis e Carmona em ResearchGate
Ciclo da Ferrugem da Soja.
Fonte: Reis e Carmona em ResearchGate

Identificando a doença na lavoura

Conhecendo o ciclo da doença, agora podemos identificá-la na lavoura. Para isso, você poderá utilizar uma lupa para observar os sintomas nas folhas. A observação antecipada garante uma vantagem para o seu controle adequado.

Lembre-se de observar o verso da folha e estar em busca de urédias do fungo. É importante também, estar em contato com um engenheiro agrônomo ou clínica fitopatológica para confirmar o diagnóstico.

Ferrugem da Soja.
Fonte: Diário de Agrônomo
Ferrugem da Soja.
Fonte: Diário de Agrônomo
Sintomas da ferrugem asiática na parte inferior da folha.
Fonte: Sistema FAEP
Sintomas da ferrugem asiática na parte inferior da folha.
Fonte: Sistema FAEP

O primeiro passo é observar as folhas do terço médio/inferior das plantas, naqueles locais com maior probabilidade de acúmulo de umidade.

Verifique se na parte superior há pontos escuros. Com a lupa você poderá observar se há presença de urédias. Se o diagnóstico for positivo, deve-se entrar com o controle.

Manejo da ferrugem da soja

Variedades Resistentes

Diferente do que se espera, são poucos os materiais resistentes disponíveis para essa doença na cultura da soja. Porém, as pesquisas nunca param e, em breve, teremos mais materiais desenvolvidos por empresas.

Na ausência de materiais resistentes, deve-se buscar outras técnicas de manejo.

Cenários Pecuária e Grãos - Agromove
Cenários Pecuária e Grãos – Agromove.

Fungicidas

O controle químico é o método mais utilizado para controle dessa doença. Os produtos registrados podem ser encontrados no site do Agrofit.

Lembre-se sempre de realizar a rotação de produtos com diferentes modos de ação e estar autorizado e acompanhado de um Engenheiro Agrônomo para utilizar esses produtos.

O uso indiscriminado de produtos e sem rotação acarreta redução de eficiência, prejudicando a sua cultura e impedindo o manejo correto da doença.

Vazio Sanitário

Durante um período de 60 a 90 dias, deve-se evitar o plantio de soja e plantas voluntárias no campo. Dessa forma, a sobrevivência do fungo é reduzida no campo, pois ele sobrevive apenas em hospedeiros vivos.

O objetivo dessa técnica de manejo é reduzir o número de esporos e atrasar a ocorrência da doença na safra.

Vazio sanitário da soja safra 2019/20.
Fonte: Canal Rural
Vazio sanitário da soja safra 2019/20.
Fonte: Canal Rural

Uso de variedades precoces

Semear a soja no início da época recomendada é uma técnica eficaz para reduzir a doença na lavoura.

Dessa forma, você reduz também a quantidade de defensivos agrícolas, além de evitar que ocorra o processo de seleção de populações resistentes aos fungicidas.

Época de semeadura

A utilização de um calendário de semeadura ajuda a determinar a data limite para semeadura da soja. Muitos estados brasileiros já adotam essa técnica, entre eles: Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Bahia e Mato Grosso do Sul.

O objetivo também é reduzir a quantidade de fungicida utilizado e ainda evitar os períodos de condições favoráveis à doença.

Época de semeadura da soja.
Fonte: Embrapa
Época de semeadura da soja.
Fonte: Embrapa

Manejo Integrado de Doenças (MID)

Apresentamos aqui muitas formas de controle da ferrugem asiática da soja. Mas para ter sucesso no manejo dessa doença é importante que se realize o manejo integrado, ou seja, utilizar todas essas técnicas na sua lavoura.

O planejamento é o primeiro passo para alcançar uma ótima produtividade e reduzir os custos de produção.

Mercado Futuro e Opções de Futuros na Pecuária de Corte e Grãos - Agromove
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Conclusão

Como vimos, a ferrugem asiática é um dos grandes problemas para os agricultores.

Porém, ao conhecer um pouco da doença podemos ver que não é um bicho de sete cabeças.

Portanto, esteja sempre conectado com a sua lavoura. Não hesite em procurar consultoria de um Engenheiro Agrônomo especializado. Siga seu planejamento e tenha uma boa produtividade!

Plataformas Inteligentes Agromove
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