Milho
Milho

O milho é uma cultura de grande importância para a agricultura brasileira. Segundo a Conab, a safra de grãos brasileira de 2018/19 deve chegar a 240,7 milhões de toneladas. Mas muitas doenças podem provocar danos nas lavouras (de 50% a 100%). Para reduzir os danos e garantir uma boa produtividade, devemos conhecer as doenças na lavoura de milho e saber como combatê-las.

Doenças do milho viróticas, fitoplasma e espiroplasma

Dentre essas doenças, as mais importantes na cultura do milho são:

– MOSAICO COMUM (Sugarcane mosaic virus – SCMV)

O vetor são várias espécies de afídeos, sendo o pulgão o mais comum (Rhopalosiphum maidis).

Sintomas: áreas verde-claras a amareladas, intercaladas com áreas de coloração normal da planta (mosaico). Os sintomas podem desaparecer conforme a planta cresce, porém podem também se tornar necróticos.

Controle: o principal método de controle é o uso de variedades resistentes.

Figura 1 - Mosaico comum.
Fonte: EMBRAPA.
Figura 1 – Mosaico comum.
Fonte: EMBRAPA.

– ENFEZAMENTO VERMELHO – Fitoplasma (Candidatus Phytoplasma asteris)

O vetor dessa doença é a cigarrinha Dulbulus maidis.

Sintomas: avermelhamento das folhas, inicialmente com clorose marginal, em seguida, na fase de produção, observa-se o avermelhamento das pontas das folhas. Observa-se também maior número de espigas que produzem poucos ou nenhum grão e com um encurtamento dos internódios das plantas.

Controle: evitar plantios tardios. Uso de cultivares resistentes, podendo também utilizar inseticidas para controle da população de cigarrinhas.

Figura 2 - Enfezamento vermelho.
Fonte: Biogene.
Figura 2 – Enfezamento vermelho.
Fonte: Biogene.

– ENFEZAMENTO PÁLIDO (Spiroplasma kunkelii)

Essa doença é causada por um espiroplasma e também pode ser transmitida pela mesma cigarrinha do enfezamento vermelho (Dulbulus maidis).

Sintomas: são muito parecidos com os sintomas do enfezamento vermelho (aumento do número de espigas e encurtamento dos internódios). A principal diferença está na clorose do enfezamento pálido (cor esbranquiçada ou pálida) na base foliar e depois se estende por toda a folha

Controle: as mesmas medidas para o enfezamento vermelho são recomendadas para essa doença.

Para saber mais sobre fitoplasmas e espiroplasmas você encontra aqui.

Figura 3 - Enfezamento pálido.
Fonte: Biogene.
Figura 3 – Enfezamento pálido.
Fonte: Biogene.
Cenários Pecuária e Grãos - Agromove
Cenários Pecuária e Grãos – Agromove.

Doenças do milho bacterianas

Dentre as bactérias, a mais importante causando doença na cultura do milho é:

– PODRIDÃO BACTERIANA DO COLMO (Erwinia chrysanthemi pv. zeae)

Sintomas: súbito aparecimento de plantas tombadas com seca prematura. Pode ocorrer podridão do colmo em um ou em vários internódios, com um encharcamento dos tecidos e perda de firmeza ou rigidez dos tecidos do colmo. Os tecidos atacados exalam um característico odor desagradável.

Controle: uso de variedades resistentes, com manejo adequado da irrigação.

Figura 4 - Podridão bacteriana do colmo.
Fonte: EMBRAPA.
Figura 4 – Podridão bacteriana do colmo.
Fonte: EMBRAPA.
Curso Lucrar Alto Fora da Porteira - Agromove
Curso Lucrar Alto Fora da Porteira – Agromove.

Doenças do milho fúngicas

São muitos os fungos que causam doenças na cultura do milho. Vamos apresentar aqui os mais importantes:

– FERRUGENS

– Comum (Puccinia sorghi)

Sintomas: manchas elípticas e alongadas em ambas as faces da folha com esporos de cor marrom-canela; ocorre em condições de baixas temperaturas e alta umidade.

– Polysora (Puccinia polysora)

Sintomas: manchas pequenas, circulares a elípticas, de coloração amarelada a dourado; ocorre em condições de temperaturas mais elevadas, menos dependentes da umidade.

– Tropical (Physopella zeae)

Sintomas: pequenos grupos de manchas paralelas às nervuras, esbranquiçadas, amareladas ou castanhas; ocorre em ambiente úmido e quente.

Controle: a principal medida de controle para as ferrugens é o uso de variedades resistentes.

Figura 5 - Ferrugem Polysora.
Fonte: DuPont.
Figura 5 – Ferrugem Polysora.
Fonte: DuPont.

– MANCHA FOLIAR DE Exserholium (Setosphaeria túrcica – Exerholium turcicum)

Sintomas: são lesões necróticas e elípticas com coloração do tecido necrosado variando de verde-cinza a marrom.

Controle: o controle também é feito utilizando variedades resistentes.

Figura 6 - Mancha foliar de Exserholium.
Fonte: Agrolink.
Figura 6 – Mancha foliar de Exserholium.
Fonte: Agrolink.

– MANCHA FOLIAR DE Bipolaris (Bipolaris maydis)

Sintomas: lesões de coloração marrom-claro a castanho, com bordos paralelos de forma elíptica ou fusiforme. Assemelham-se aos sintomas de cercosporiose.

Controle: uso de variedades e híbridos resistentes.

Figura 7 - Mancha foliar de Bipolaris.
Fonte: Informações agrícolas.
Figura 7 – Mancha foliar de Bipolaris.
Fonte: Informações agrícolas.

– MANCHA FOLIAR DE Diplodia (Diplodia macrospora – Stenocarpella macrospora)

Sintomas: lesões necróticas com formato variado, no centro do tecido necrosado observa-se o ponto inicial de infecção onde se inicia a formação de picnídios. Os sintomas podem ser confundidos com E. turcicum

Controle: uso de cultivares resistentes, escolha de melhor época e local de plantio.

Figura 8 - Mancha foliar de Diplodia.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Carlos Roberto Casela.
Figura 8 – Mancha foliar de Diplodia.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Carlos Roberto Casela.

– MANCHA FOLIAR DE Cercospora (Cercospora spp.)

Esta doença é causada por três espécies de fungos Cercospora zea-maydis, C. zeina e C. sorghi sp. maydis.

Sintomas: ocorrem nas folhas com lesões delimitadas pelas nervuras. A cor das lesões inicialmente varia de verde a marrom. Quando em condições de alta umidade, as folhas ficam cobertas de esporos, adquirindo coloração cinza.

Controle: resistência genética é a medida mais eficiente, podendo utilizar fungicidas também, porém o controle químico apresenta alto custo e só se justifica em campos de produção de sementes ou milhos especiais (milho doce, pipoca, etc.).

Figura 9 - Mancha foliar de Cercospora.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Luciano Viana Cota.
Figura 9 – Mancha foliar de Cercospora.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Luciano Viana Cota.

– ANTRACNOSE FOLIAR (Colletotrichum graminicola)

Sintomas: nas folhas – lesões necróticas pardacentas arredondadas ou ovaladas; no colmo – lesões estreitas com coloração castanha, os tecidos internos ficam escuros.

Controle: o uso de híbridos resistentes e a rotação de culturas consistem nas melhores medidas de controle.

Figura 10 - Antracnose foliar.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Rodrigo Véras da Costa.
Figura 10 – Antracnose foliar.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Rodrigo Véras da Costa.

– MANCHA BRANCA FOLIAR (Phaeosphaeria maydis e Pantoea ananatis)

Sintomas: inicialmente as lesões são pequenas e cloróticas e se tornam maiores, arredondadas a oblongas, com coloração esbranquiçada e bordos escuros.

Controle: o uso de híbridos resistentes é o melhor método de controle.

Figura 11 - Mancha branca foliar.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Fabrício Lanza.
Figura 11 – Mancha branca foliar.
Fonte: EMBRAPA. Foto: Fabrício Lanza.

– PODRIDÕES DE COLMO E ESPIGA

Diplodia maydis

Sintomas: na parte externa dos internódios, os colmos apresentam uma despigmentação que pode variar de coloração palha a marrom. Internamente, vemos a medula desintegrada e com coloração alterada, mas sem desintegração do tecido vascular. O patógeno pode causar podridão de espigas, com sintomas iniciando na base da espiga, e o fungo também se desenvolve entre os grãos.

Controle: uso de cultivares resistentes, uso de adubação equilibrada e condições de plantio adequadas.

Figura 12 - Diplodia maydis.
Fonte: Agrolink.
Figura 12 – Diplodia maydis.
Fonte: Agrolink.

Fusarium spp.

Sintomas: os colmos apresentam uma alteração na coloração da medula de esbranquiçada a marrom. Em estágios avançados da doença, pode ocorrer a formação de cavidades no interior, podendo ocorrer a quebra do colmo. Na espiga, a infecção começa pela ponta e progride em direção à base. As estruturas podem ser observadas sobre e entre os grãos com uma coloração avermelhada a marrom-avermelhada. Os grãos ainda podem apresentar estrias brancas com crescimento cotonoso de coloração branca.

Controle: as mesmas medidas recomendadas para Diplodia sp. são utilizadas para Fusarium sp.

Figura 13 - Fusarium spp.
Fonte: Agrolink.
Figura 13 – Fusarium spp.
Fonte: Agrolink.

Colletotrichum graminicola

Sintomas: no colmo, iniciam com lesões estreitas, encharcadas que se tornam pretas com o passar do tempo, os tecidos internos se tornam escuros e entram em desintegração. É possível encontrar estruturas do fungo na casca do colmo.

Controle: uso de cultivares resistentes, adubação equilibrada e rotação de culturas são as práticas mais recomendadas.

Figura 14 - Colletotrichum graminicola.
Fonte: Agrolink.
Figura 14 – Colletotrichum graminicola.
Fonte: Agrolink.
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