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Inoculação de bactérias na cultura da soja:
Entenda o que é e como funciona o processo bioquímico de extrema importância econômica e seu impacto no manejo da produção.
A Fixação Biológica do Nitrogênio – ou FBN – é capaz de transformar o nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3). E foi, no ano de 1888, uma das descobertas mais revolucionárias dentre os processos bioquímicos, atrás apenas da fotossíntese.
Com o aumento das áreas de plantio da soja nos anos 70, o fomento para surgimento de fábricas de produção de estirpes de Bradhyrizobium spp. e estudos voltados para aumentar sua eficiência seguiram o mesmo rumo.

Mas, como funciona essa FBN na soja?
O solo possui diversos microrganismos, chamados de microrganismos edáficos. Dentre eles, bactérias do gênero Bradyrhizobium spp. são capazes de associar-se às regiões das raízes da soja, formando aquelas protuberâncias de forma arredondada, os nódulos radiculares.
É aí que está o segredo!

Esses nódulos radiculares oferecem não só abrigo para as bactérias, mas comida (carboidratos oriundos da fotossíntese) e proteção. Em troca, ou seja, numa relação de simbiose, a bactéria é capaz de capturar o nitrogênio da atmosfera (N2) e transformá-lo em amônia (NH3) tornando possível o seu uso pela planta.

Agora que sabemos como funcionam, como fazer a inoculação dessas bactérias na soja e quais as vantagens dessa prática agrícola?
O modo convencional de fazer a inoculação é via tratamento de sementes (ou TS), ou seja, aplicando-se a bactéria na semente.
Esse método permite também que sejam feitos os TS com fungicidas, nematicidas, inseticidas ou uso de micronutrientes (como cobalto e molibdênio, fundamentais no processo de FBN), simultaneamente.
Deve-se, portanto, atentar para às condições em que esse tratamento é feito, bem como ter alguns cuidados, uma vez que a aplicação em conjunto pode prejudicar a eficiência do inoculante (por conta da toxidez e alterações no pH).
Aqui, você poderá encontrar as melhores condições de aplicação e os cuidados que se devem ter, de acordo com a EMBRAPA.
E por fim, qual o retorno essa prática pode promover?
Para os produtores?
- Economia com adubos nitrogenados, uma vez que a inoculação dessas bactérias permite que o nitrogênio necessário para a soja seja suprido pela FBN.
- Maior produtividade.
- Maior custo-benefício.
Para o ambiente?
- Menor emissão de gases do efeito estufa para produção de adubos nitrogenados minerais.
- Maior sustentabilidade.
- Menor acidificação do solo.
Em pesquisas desenvolvidas por Hungria et al., 2006 mostraram-se ter um ganho médio entre 4,5% e 8% com a inoculação anual da soja o que, considerando o baixo custo do inoculante, é vantajoso para o produtor.
Segundo a EMBRAPA, a complexidade da relação simbiótica exige que a soja tenha uma demanda nutricional mais exigente. Ou seja, o produtor deve atentar-se às condições do solo por meio da amostragem (se foi realizada calagem – analisar pH – para correção do solo; irrigação; manutenção da matéria orgânica do solo).
Segundo levantamento de maio de 2018 da CONAB, a safra brasileira 17/18 para produção de soja é de 116,996 milhões de toneladas, equivalendo a 34,74% da produção mundial do grão.
Isso mostra a importância dessa commodity para a economia do país e a relevância de estratégias como a inoculação, associada às boas práticas de manejo, como fundamentais na manutenção da produtividade na lavoura, bem como em questões ambientais.

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