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Produção de Grãos no Brasil: Cenário Atual e Perspectivas

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Trator semeando

Introdução

A produção de grãos no Brasil é importante para a economia do país, pois contribui para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a geração de empregos e a balança comercial. A produção de grãos também é importante para a segurança alimentar do país, pois fornece alimentos para a população brasileira e para a exportação.

O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, ocupando a quarta posição na produção mundial, atrás dos Estados Unidos, China e Índia. Na safra 2021/22, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o Brasil produziu 272,6 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 6,2% em relação à safra anterior. Os principais grãos produzidos no Brasil são a soja, o milho, o arroz, o feijão, o trigo e o algodão. Dentre estes, o destaque vai para a soja, principal grão produzido no Brasil, que na safra 2021/22 representou cerca de 46% da produção total de grãos. O milho é o segundo principal grão produzido no Brasil, representando cerca de 40% da produção total de grãos.

Para a safra 2022/23 estima-se que o volume da produção brasileira de grãos deverá atingir 317,6 milhões de toneladas, um crescimento de 16,5% ou 44,9 milhões de toneladas acima da safra 2021/22. Diante do protagonismo brasileiro na produção mundial de grãos, é essencial para o produtor saber o cenário atual e as principais perspectivas da atual safra e como posicionar o seu negócio frente a essas projeções. Sendo assim, aqui está um breve cenário atual da produção dos principais grãos para a safra 2022/23.

Soja

A soja é o principal grão produzido no Brasil. O país é o maior produtor mundial do grão, seguido pelos Estados Unidos e a Argentina. Na safra 2021/22, conforme a Conab, o Brasil produziu 125,5 milhões de toneladas de soja, uma redução de cerca de 10% em relação à safra anterior. O rendimento médio foi de 3.026 kg/ha e apresentou redução, cerca de 15% em relação à safra anterior. Isso se deve a fatores edafoclimáticos que afetaram o rendimento, principalmente das lavouras da região Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul. A área plantada foi de 41,4 milhões de hectares, um aumento de 5% em relação à safra anterior.

O principal destino da soja brasileira é a China. Em 2022, de acordo com as estatísticas do comércio exterior brasileiro disponíveis no Comexstat, a China representou cerca de 52,61% das exportações da soja em grão brasileira. Outros destinos importantes são a União Europeia (14,51%) e o Sudeste Asiático (10,09%).

A estimativa para a safra 2022/23, divulgadas pela Conab no mês de julho/23, é de 154,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 23% em relação à safra anterior. O aumento da produção é esperado devido ao aumento da área plantada e do rendimento médio. A área plantada deverá aumentar 6,2% em relação ao ano anterior, enquanto o rendimento médio deverá aumentar 16%.

Com relação às exportações, as projeções apontam para 95,6 milhões de toneladas, um aumento percentual de 21,5% comparada à safra anterior. O esmagamento deverá aumentar para 52,8 milhões de toneladas, em decorrência do aumento na produção de biodiesel. Os estoques finais deverão aumentar para 7,4 milhões de toneladas.

O aumento da produção de soja brasileira é positivo para a economia do país, pois contribui para a geração de empregos, renda e divisas. A soja também é um alimento básico para a população brasileira e o aumento da produção ajuda a garantir a segurança alimentar do país.

Mentoria Mercado Futuro
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Milho

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, atrás dos Estados Unidos e China. Em 2021/22, de acordo com a Conab, a safra brasileira de milho totalizou 113,1 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 30% em relação à safra anterior. O rendimento médio foi de 5.242 kg/ha, um aumento de 20% em comparação à safra anterior. A área plantada foi de 21,5 milhões hectares, um aumento de 8,2% no comparativo com a safra anterior. Estatísticas do Comexstat apontam que os principais importadores do milho brasileiro são o Irã (14,34%), Japão (11,71%) e Espanha (10,24%).

Segundo o Panorama do Agro divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a colheita do milho segunda safra no Brasil está em andamento, com 54,7% da área colhida até o dia 31 de julho/23. O clima propício tem ajudado na colheita, com destaque para Mato Grosso, onde 83,7% da área já foi colhida. Goiás e Tocantins também estão com uma colheita avançada, com 47% e 85% da área colhida, respectivamente. No Paraná, a colheita está em 15%, com as condições climáticas favoráveis. No Maranhão, as lavouras estão em boas condições e a colheita está em 57%. No Piauí, a colheita está em 64% e os rendimentos obtidos estão dentro do esperado.

Ainda há um longo caminho a percorrer para a colheita ser concluída, mas o clima propício e as boas condições das lavouras são um bom sinal para a safra. Projeções da Conab apontam para uma produção de 127,8 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 13% em relação à safra anterior.

A colheita do milho segunda safra é importante para a economia brasileira, pois o milho é um dos principais alimentos do país e é usado para a produção de ração animal.

Cenários Pecuária e Grãos - Agromove
Cenários Pecuária e Grãos – Agromove.

Arroz

A safra de arroz 2022/23 no Brasil foi a menor em 21 anos, de acordo com a Conab. A área plantada foi de 1,5 milhões de hectares, 8,5% menor do que na safra anterior. A produção foi estimada em 10 milhões de toneladas, uma redução de 7% em relação à safra anterior.

A baixa rentabilidade está afastando os produtores. Os custos de produção foram impactados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que completou um ano, a qual provocou aumento nos preços de insumos essenciais, como fertilizantes, defensivos e óleo diesel.

Nas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento, produzir arroz ficou cerca de 20% mais caro. Na safra 2021/2022, cada saca de 50 kg teve um custo operacional de R$ 68,70. Na temporada 2022/2023, aumentou para R$ 82,32. O produtor enfrentou dificuldades, pois não conseguiu repassar o aumento dos custos para o preço de venda.

As exportações devem cair 53% em relação ao ano passado. Em 2022, o Brasil registrou um volume embarcado recorde, de 2,2 milhões de toneladas. Neste ano, as exportações devem totalizar 1 milhão de toneladas, enquanto as importações devem ser de 1,3 milhão, de acordo com a Conab.

O cenário é preocupante para o setor arrozeiro brasileiro. A produção menor vai elevar os preços do arroz no mercado interno, prejudicando o consumidor. A redução das exportações também vai afetar a economia brasileira, pois o arroz é um produto importante para a balança comercial.

Feijão

Estima-se que a safra de feijão 2022/23 seja de 3,06 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior, de acordo com a Conab.

A área plantada foi de 2,7 milhões de hectares, 5,4% menor do que na safra anterior. A área de plantio da leguminosa tem caído a cada temporada, devido aos custos elevados, comercialização instável e menor rentabilidade ao produtor quando comparada a outros produtos como soja e milho.

A produtividade foi estimada em 1.133,44 kg/ha, um aumento de 8% em relação à safra anterior. As condições climáticas e o melhor manejo nas lavouras pelos produtores, a pesquisa de novos tipos de sementes têm influenciado na produtividade da cultura.

Mercado Futuro e Opções de Futuros na Pecuária de Corte e Grãos - Agromove
Mercado Futuro e Opções de Futuros na Pecuária de Corte e Grãos – Agromove.

Trigo

Estimativas da Conab apontam que a safra de Trigo 2022/23 seja de 10,4 milhões de toneladas, uma redução de 1,2% em relação à safra anterior.

A área plantada foi de 3,4 milhões de hectares, 11% maior do que na safra anterior. A maior registrada nos últimos 35 anos.

A produtividade foi estimada em 3.041 kg/ha, uma redução de 11% em relação à safra anterior.

A previsão de exportações de trigo do Brasil no ano-safra 2022/2023, conforme a Conab, é de 2,6 milhões de toneladas, uma redução de 7,9% em relação ao ano anterior e o consumo interno está estimado em 12,4 milhões de toneladas. No entanto, apesar de ter registrado safras recordes nos últimos anos, o Brasil ainda é um importador líquido de trigo, ocupando a 8ª colocação entre os importadores mundiais.

Algodão

A safra de algodão 2022/23 está estimada em 4,29 milhões de toneladas, um aumento de 15,4% em relação à safra anterior, de acordo com a Conab.  A área plantada foi de 1,65 milhões de hectares, 3% maior do que a safra anterior. A produtividade foi estimada em 2.588 kg/ha, um aumento de 11,4% em relação à safra anterior.

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil exportou 1,68 milhão de toneladas de algodão na safra 2021/22, o que gerou uma receita de US$ 3,208 bilhões. Esse volume de exportação coloca o Brasil como o segundo maior exportador mundial de algodão, atrás apenas dos Estados Unidos.

O Brasil é um dos maiores produtores de algodão do mundo, com condições climáticas favoráveis, extensas áreas disponíveis para cultivo e uma cadeia produtiva bem estruturada.

Nos últimos anos, houve um notável crescimento das áreas de cultivo de algodão no Brasil, com especial enfoque nas regiões do Mato Grosso, Bahia, Goiás e Minas Gerais. A adoção de tecnologias modernas, como o uso de sementes geneticamente modificadas e práticas de manejo eficientes, têm impulsionado a produtividade e a qualidade das fibras de algodão produzidas no país.

A qualidade do algodão brasileiro é reconhecida internacionalmente, sendo valorizada por sua resistência, brancura e comprimento das fibras. Essa característica confere ao algodão produzido no Brasil uma alta competitividade no mercado global, satisfazendo as necessidades das indústrias têxteis e de confecção.

Perspectivas para a produção de grãos no Brasil em 2023

As perspectivas para a produção de grãos no Brasil em 2023 são positivas. O país tem um grande potencial para aumentar sua produção de grãos, devido às suas condições climáticas favoráveis e sua vasta área de terras cultiváveis. A expectativa é que em 2023 o Brasil supere a Índia e se torne o terceiro produtor mundial de grãos.

No entanto, vale destacar que apesar dos fatores positivos e do potencial que impulsionam a produção de grãos no Brasil, o país também enfrenta uma série de desafios, que incluem: mudanças climáticas desfavoráveis ao cultivo, poluição ambiental, alto custo de produção e concorrência internacional. Esses são alguns dos obstáculos que precisam ser superados para que a produção de grãos no Brasil possa continuar crescendo e mantendo o país como um dos principais produtores de grãos do mundo.

Projeções de mercado

Com relação às projeções de mercado é preciso estar atento ao cenário econômico nacional e internacional, já que os preços oscilam de acordo com a perspectiva global. Principalmente se tratando de commodities agrícolas, onde muitas vezes seus valores estão na bolsa de Chicago.

No que concerne aos principais produtos agrícolas produzidos no Brasil, a expectativa é a manutenção da demanda externa aquecida, principalmente para culturas como soja e milho. No caso da soja, a previsão do 10º Levantamento – Safra 2022/23 da Conab aponta para um aumento de 21,5% nas exportações de soja e um aumento de 10,6% no processamento do grão, um dos fatores que motivam esse aumento é a nova política do biodiesel a qual estabelece que a partir de 1º de abril de 2023, a mistura de biodiesel no diesel será ampliada de 10% para 12%, aumentado sucessivamente nos próximos anos até alcançar 15% em 2026. Para o farelo a expectativa é de aumento de 7,2% nas exportações e um consumo interno de 2,3%. Já para o óleo prevê-se um aumento de 25% no mercado doméstico.

Para o milho, a projeção prevê um incremento de cerca de 2,9% nas exportações da cultura e um aumento de 6,5% no consumo interno.

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Cenário internacional

No cenário internacional para a safra 22/23, ainda podemos sentir os efeitos do conflito entre Ucrânia e Rússia, que refletiu principalmente no preço dos fertilizantes e na oferta global de alimentos. Além disso, a China começa a reabrir o seu mercado, o que pode favorecer a agropecuária, pois a participação chinesa nas exportações brasileiras é de 27%.

Condições das lavouras de milho e soja dos EUA

Destaca-se ainda que a condição das lavouras que vinham sendo prejudicadas com as chuvas de junho e julho nos EUA, melhoraram significativamente nos relatórios de agosto. Os últimos relatórios do USDA mostram que as lavouras de soja com condições boas a excelentes estão apenas 5% menores que a média dos últimos 5 anos. Já as lavouras de milho em condições boas a excelentes estão apenas 1% abaixo da média dos últimos 5 anos. Mesmo assim, o mercado ainda espera revisões para baixo no relatório de agosto do USDA para estas lavouras, considerando que a revisão para baixo no relatório de julho foi bem conservadora.

As previsões para o mês de agosto nas regiões produtoras norte-americanas são de chuvas dentro e acima da média. Isso deve ajudar as plantações de soja a se recuperarem melhorando as condições de umidade para as plantações. Assim, deve ocorrer um aumento na produção e uma melhora no rendimento das sementes.

Em suma, as perspectivas para a produção de grãos no Brasil em 2023 são positivas, mas o país enfrenta uma série de desafios que precisam ser superados para que a produção de grãos continue crescendo e mantendo o país como um dos principais produtores de grãos do mundo.

Como se preparar para as constantes mudanças no cenário agrícola?

O cenário agrícola está em constante mudança, com novos desafios e oportunidades surgindo a cada ano. Para se preparar para essas mudanças, é importante conhecer o mercado, ter um plano bem definido e contar com o auxílio de profissionais qualificados.

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