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Manejar plantas daninhas vem se tornando cada vez mais custoso e difícil nos dias atuais. É normal ver produtores tendo dores de cabeça com plantas daninhas que hoje aparecem em sua lavoura e antes não apareciam, ou pior, plantas que antes eram facilmente controladas e que hoje apresenta resistência.
Pensando nisso, esta autora resolveu escrever um texto no qual exploraremos um pouco sobre o por que você precisa saber sobre o manejo integrado de plantas daninhas (MIPD).
O que são Plantas Daninhas?
Primeiramente, precisamos entender o que, de fato, é considerada uma planta daninha.
De acordo com Lorenzi (2014), planta daninha é toda e qualquer planta que não é desejada no ambiente em questão. Competindo com a planta cultivada por sol, água e nutrientes. Essa competição causa grandes perdas para o produtor, tanto no ponto de vista econômico quanto quando se trata de produção.
A ação das plantas daninhas pode gerar uma perda de até 70% da produção total de uma lavoura.
Se considerarmos esse percentual em uma cultura como a soja, que possui uma produção de 3.362 kg/ha (CONAB,2019), a perda seria de 2.352,4 kg/ha o que acarretaria em um prejuízo de R$ 3.216,30. Saiba mais sobre a cultura da soja no artigo “Cultura da soja: sua importância na atualidade”.
Resistência de Plantas Daninhas
Tal como qualquer ser vivo, as plantas daninhas possuem uma alta capacidade de resiliência e adaptação, podendo, com o tempo, se adequar a situações impróprias para a sua sobrevivência. Ou seja, se um mesmo agente aplica uma mesma pressão negativa em um determinado ambiente, os seres vivos presentes nele passam a se adaptar a esta pressão criando uma resistência a esta ação, que é passada para as gerações futuras.
Do ponto de vista das plantas daninhas, os agentes que aplicam esta pressão negativa são os métodos de manejo utilizados. Destes métodos o manejo químico, ou seja, o uso de herbicidas é o mais comum.
Embora não existam dados anuais contínuos, sabe-se que o mercado de herbicidas no Brasil cresceu exponencialmente. Passando de R$ 1 bilhão em 1996 para mais de R$ 3 bilhões em 2008 (figura 1). Com esses dados é possível perceber que este método é considerado o favorito dos produtores. Principalmente pela sua rápida eficiência e garantia de sucesso em comparação com os outros métodos.
No entanto, como já explicamos antes, o uso constante de uma pressão negativa, estimula a resistência dos seres vivos a ela. Portanto o uso constante de um determinado tipo de herbicida em plantas daninhas, estimula a resistência das mesmas a esse agente químico.
O grande problema causado por esta resistência para o produtor é que, no momento que as plantas daninhas se tornam resistentes a um herbicida ele deixa de ser eficaz. E como são necessários no mínimo 10 anos para o desenvolvimento de uma nova fórmula, o número de herbicidas eficazes diminui à medida que as plantas daninhas se tornam resistentes.
Mas, aí você se pergunta, como eu poderia combater este problema?
A resposta está em diversificar, e é possível alcançar este resultado com o manejo integrado de plantas daninhas (MIPD).
O MIPD é o uso de diferentes métodos em conjunto, para combater de maneira mais rápida e eficiente a ação destas plantas.
Este tipo de manejo engloba todos os métodos de manejo de plantas daninhas, sendo eles:
- Métodos culturais como o manejo mecânico e a rotação de culturas;
- Métodos físicos como a solarização;
- Métodos biológicos como o uso de inimigos naturais;
- E os métodos químicos como o uso de herbicidas e a rotação de herbicidas.
O termo mais incomum da frase anterior é “rotação de herbicidas”, então vamos à definição:
A rotação de herbicidas nada mais é que alterar o herbicida baseando-se no seu modo de ação (simples ou múltiplo). Alterando a cada diferente fase da cultura (pré emergencia, pós emergecia e final de safra) e cada a safra. E como isso a planta daninha não se “acostuma” com apenas um herbicida e isso retarda o desenvolvimento de resistência.
Conclusão
Com o uso deste tipo de manejo, é possível diminuir o prejuízo econômico e retardar a resistência desenvolvida pelas plantas. É por conta destes aspectos que o manejo integrado de plantas daninhas é o método mais indicado pelos profissionais. Além de ser considerado um método sustentável por ter um menor impacto ambiental.
Um outro fator interessante é que a integração de métodos não se restringe apenas às plantas daninhas, mas sim pode ser realizado com outros tipos de malezas, como as pragas e as doenças que podem acomenter a sua lavoura. De forma geral, para realizar qualquer tipo de manejo voltado para estas questões, sempre recomenda-se o auxílio de um engenheiro agrônomo.
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