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Em 2019, o Brasil é o maior exportador de carne bovina, possui o segundo maior rebanho do mundo, mas ainda perde para os EUA em produtividade. A atividade da pecuária de corte, está associada a riscos. Principalmente nas atividades mais intensificadas, seja de recria e engorda ou confinamento.
A necessidade de aumentar a produtividade, impulsiona os produtores a se especializarem e tecnificarem a produção. Tanto em pequenas áreas quanto na ocupação de grandes extensões, mas quais os principais desafios do setor?
Neste artigo vamos tratar os principais problemas enfrentados e como você pode minimizar os riscos.
Como tem evoluído a pecuária intensificada?
Temos observado um aumento de animais recebendo suplementação mineral e proteica. Seja à pasto em um sistema de semi-confinamento e no confinamento propriamente dito.
![Suplementação a pasto.
Foto: Rally da Pecuária.](https://blog.agromove.com.br/wp-content/uploads/2019/03/29.06.18_Aquidauana_CampoGrande_EQ2_9-683x1024.jpg)
Foto: Rally da Pecuária.
Além disso, os bezerros estão sendo desmamados mais pesados com o passar dos anos, mostrando maior evolução do sistema pecuário, maior uso de inseminação artificial e melhoria genética no Brasil.
Tal movimento tem influência da mudança de preferência do consumidor. Que veio de uma economia anterior com cenário positivo, com aumentos de salário e de emprego. Assim, consequentemente, um poder aquisitivo maior. Leia mais aqui.
Desse modo, os consumidores começaram a preferir carnes de gado de corte de melhor qualidade. Ou seja, carnes padronizadas, com maior precocidade e maciez e diferentes raças (veja aqui como produzir mais utilizando zebuínos).
Nesse cenário, o confinamento ou alimentação do gado a pasto também são consideradas alternativas para obter um melhor acabamento dos animais. Assim, obtendo uma melhor terminação e rendimento de carcaça.
No entanto, no Brasil, os sistemas de produção intensificados, ainda são mais usados no período de entressafra. Quando a produção das pastagens é insuficiente para suprir as necessidades dos animais apenas.
Mas falando nesse mercado, uma pergunta bastante debatida é: uma maior intensificação não gera mais riscos? Vamos responder mais adiante!
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Os principais problemas da atividade
Segundo pesquisas realizadas pela Agromove, os desafios dos produtores estão relacionados, principalmente, com duas questões:
• 60% dos entrevistados não tem uma estratégia comercial clara e eficaz para vender e para repor o seu gado.
• 36% dos entrevistados não conhecem, nos mínimos detalhes, o quanto a reposição do seu gado representa nos custos do seu negócio.
Complementando, o ICAGRO (Índice de Confiança do Agronegócio) divulgou em suas pesquisas trimestrais resultados semelhantes. O setor pecuário atingiu somente pela terceira vez, em 21 trimestres, o índice acima de 100 pontos no último trimestre de 2018.
Vale destacar que a escala varia de 0 a 200 pontos. Onde a escala de 100 é considerada como neutralidade. E valores inferiores a este parâmetro mostram insatisfação ou pessimismo com o setor.
Ainda utilizando a pesquisa, os principais pontos que causam maiores preocupações, levantados no primeiro semestre de 2017, foram, por ordem de importância:
- Preços de venda
- Custo de produção (tanto pecuária extensiva e intensiva)
- Falta de mão de obra qualificada
- Clima
- Logística
Entretanto, os 2 últimos itens, são fatores que fogem do alcance da sua gestão e conhecimento do mercado na criação de gado.
Envolvem questões políticas públicas, educação e infraestrutura, além do clima, que não podemos controlar. Vamos falar a seguir, então de preços de vendas e custos!
Como uma boa gestão diminui o risco?
Assim, podemos ver que os dois maiores problemas citados anteriormente, podem ser acompanhados e minimizados com alguns cuidados e auxílios de ferramentas.
O preço de venda dos animais, é um fator característico da pecuária. Depende de questões de mercado e oferta e demanda. Mas, com o auxílio das Plataformas Inteligentes, podemos encontrar momentos ideais de vendas, maximizando lucros.
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Além disso, o custo de produção é um fator que também merece destaque, pois existem diferenças entre pecuária extensiva e intensiva.
O custo da pecuária intensiva é caracterizado por custos mais altos em reposição de animais, alimentação e equipamentos e benfeitorias. Já a pecuária extensiva é formada por custo com suplementação mineral, mão de obra e pastagens.
O conhecimento dos seus custos, proporciona saber qual o preço da arroba mínimo que se pode vender o animal. Em atividades de recria e engorda os custos de animas e mineralização chegam a representar 75% dos custos. E confinamentos, somente a ração e os animais chega a custar 85% do custo total. Ou seja, a maior parte da preocupação com custos está relacionada com a gestão fora da porteira. E olhar para o mercado passa a ser essencial.
Portanto, você deve ter na ponta do lápis todos os custos envolvidos na produção. De modo que ao final, na hora da venda sabe-se o preço que garante uma margem positiva.
Aliado ao fator do custo de produção, as Plataformas Inteligentes Agromove, auxiliam, também na compra dos insumos para a ração, que tem um grande peso nos custos, aumentando ainda mais a sua lucratividade.
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Perspectivas para este ano
De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), os anos de 2017 e 2018 mostraram o final do chamado “ciclo pecuário”. Como podem conferir no relatório.
Assim, é esperado que o maior número de abates de fêmeas no ano anterior, menor procura por bezerros em 2016/2017, resulte na oferta mais enxuta de animais para abate neste ano.
Entretanto, existem fatores que são esperados para que o preço da arroba se valorize, por exemplo, o aquecimento da economia.
Neste momento, um ponto importante para se destacar, é a intensificação que normalmente ocorre na entressafra no Brasil.
Ou seja, o período que ocorre maior número de animais terminados em confinamentos para suprir o déficit de pastagens na época mais seca do ano.
A projeção da CONAB (Companhia Nacional de abastecimento) de fevereiro/19, de uma maior produção de grãos, principalmente do milho de segunda safra (21% maior que a safra 17/18), pode trazer margens melhores para os confinadores.
Segundo o CEPEA, com a maior disponibilidade de milho no segundo semestre e a sinalização de preços firmes no mercado futuro, a rentabilidade da atividade pode chegar a 10,85%.
Mas é claro, que voltamos no ponto em que é necessária uma boa gestão dos preços. Tanto na compra dos insumos, como na venda do produto final.
Conclusão
A atividade necessita de investimentos, um bom planejamento, organização, conhecimento da produção e do mercado mundial (veja aqui as tendências). Esses fatores são de extrema importância para o sucesso da atividade.
Mas, nem sempre uma atividade com maior intensificação, gera mais riscos! Uma atividade extensiva, mal gerenciada representa um risco maior para a saúde financeira da propriedade.
Os sistemas de recria e terminação estão mais voláteis às variações de preços da venda. A compra de animais na recria e terminação chegou a representar 56% do custo operacional total na média Brasil em dezembro/18, segundo dados do Cepea.
Deste modo, uma boa gestão dos custos de produção, permite que na hora da venda, você saiba com exatidão qual o preço mínimo de venda, para que não se tenha prejuízos.
Além disso, o uso de ferramentas para saber o ponto ideal de compras dos insumos, ou saber o melhor momento na hora de vender o boi gordo, diminui satisfatoriamente o risco da atividade.
Quais as suas expectativas para este ano? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!
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