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Quais os principais desafios da pecuária intensiva?

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Vista aérea de um Confinamento em Barretos.
Foto: Rally da Pecuária.

Em 2019, o Brasil é o maior exportador de carne bovina, possui o segundo maior rebanho do mundo, mas ainda perde para os EUA em produtividade. A atividade da pecuária de corte, está associada a riscos. Principalmente nas atividades mais intensificadas, seja de recria e engorda ou confinamento.

A necessidade de aumentar a produtividade, impulsiona os produtores a se especializarem e tecnificarem a produção. Tanto em pequenas áreas quanto na ocupação de grandes extensões, mas quais os principais desafios do setor?

Neste artigo vamos tratar os principais problemas enfrentados e como você pode minimizar os riscos.

Como tem evoluído a pecuária intensificada?

Temos observado um aumento de animais recebendo suplementação mineral e proteica. Seja à pasto em um sistema de semi-confinamento e no confinamento propriamente dito.

Suplementação a pasto.
Foto: Rally da Pecuária.
Suplementação a pasto.
Foto: Rally da Pecuária.

Além disso, os bezerros estão sendo desmamados mais pesados com o passar dos anos, mostrando maior evolução do sistema pecuário, maior uso de inseminação artificial e melhoria genética no Brasil.

Tal movimento tem influência da mudança de preferência do consumidor. Que veio de uma economia anterior com cenário positivo, com aumentos de salário e de emprego. Assim, consequentemente, um poder aquisitivo maior. Leia mais aqui.

Desse modo, os consumidores começaram a preferir carnes de gado de corte de melhor qualidade. Ou seja, carnes padronizadas, com maior precocidade e maciez e diferentes raças (veja aqui como produzir mais utilizando zebuínos).

Nesse cenário, o confinamento ou alimentação do gado a pasto também são consideradas alternativas para obter um melhor acabamento dos animais. Assim, obtendo uma melhor terminação e rendimento de carcaça.

No entanto, no Brasil, os sistemas de produção intensificados, ainda são mais usados no período de entressafra. Quando a produção das pastagens é insuficiente para suprir as necessidades dos animais apenas.

Mas falando nesse mercado, uma pergunta bastante debatida é: uma maior intensificação não gera mais riscos? Vamos responder mais adiante!

Simulador Econômico para Cria, Recria e EngordaSimulador Econômico para Cria, Recria e Engorda - Agromove
Simulador Econômico para Cria, Recria e Engorda – Agromove.

Os principais problemas da atividade

Segundo pesquisas realizadas pela Agromove, os desafios dos produtores estão relacionados, principalmente, com duas questões:

• 60% dos entrevistados não tem uma estratégia comercial clara e eficaz para vender e para repor o seu gado.

• 36% dos entrevistados não conhecem, nos mínimos detalhes, o quanto a reposição do seu gado representa nos custos do seu negócio.

Complementando, o ICAGRO (Índice de Confiança do Agronegócio) divulgou em suas pesquisas trimestrais resultados semelhantes. O setor pecuário atingiu somente pela terceira vez, em 21 trimestres, o índice acima de 100 pontos no último trimestre de 2018.

Vale destacar que a escala varia de 0 a 200 pontos. Onde a escala de 100 é considerada como neutralidade. E valores inferiores a este parâmetro mostram insatisfação ou pessimismo com o setor.

Ainda utilizando a pesquisa, os principais pontos que causam maiores preocupações, levantados no primeiro semestre de 2017, foram, por ordem de importância:

  1. Preços de venda
  2. Custo de produção (tanto pecuária extensiva e intensiva)
  3. Falta de mão de obra qualificada
  4. Clima
  5. Logística

Entretanto, os 2 últimos itens, são fatores que fogem do alcance da sua gestão e conhecimento do mercado na criação de gado.

Envolvem questões políticas públicas, educação e infraestrutura, além do clima, que não podemos controlar. Vamos falar a seguir, então de preços de vendas e custos!

Como uma boa gestão diminui o risco?

Assim, podemos ver que os dois maiores problemas citados anteriormente, podem ser acompanhados e minimizados com alguns cuidados e auxílios de ferramentas.

O preço de venda dos animais, é um fator característico da pecuária. Depende de questões de mercado e oferta e demanda. Mas, com o auxílio das Plataformas Inteligentes, podemos encontrar momentos ideais de vendas, maximizando lucros.

Quem utilizou estas ferramentas nos últimos 10 anos de análises, se posicionou, entre as 20% melhores oportunidades. Baixe o e-book grátis e veja os resultados.

Além disso, o custo de produção é um fator que também merece destaque, pois existem diferenças entre pecuária extensiva e intensiva.

O custo da pecuária intensiva é caracterizado por custos mais altos em reposição de animais, alimentação e equipamentos e benfeitorias. Já a pecuária extensiva é formada por custo com suplementação mineral, mão de obra e pastagens.

O conhecimento dos seus custos, proporciona saber qual o preço da arroba mínimo que se pode vender o animal. Em atividades de recria e engorda os custos de animas e mineralização chegam a representar 75% dos custos. E confinamentos, somente a ração e os animais chega a custar 85% do custo total. Ou seja, a maior parte da preocupação com custos está relacionada com a gestão fora da porteira. E olhar para o mercado passa a ser essencial.

Portanto, você deve ter na ponta do lápis todos os custos envolvidos na produção. De modo que ao final, na hora da venda sabe-se o preço que garante uma margem positiva.

Aliado ao fator do custo de produção, as Plataformas Inteligentes Agromove, auxiliam, também na compra dos insumos para a ração, que tem um grande peso nos custos, aumentando ainda mais a sua lucratividade.

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Perspectivas para este ano

De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), os anos de 2017 e 2018 mostraram o final do chamado “ciclo pecuário”. Como podem conferir no relatório.

Assim, é esperado que o maior número de abates de fêmeas no ano anterior, menor procura por bezerros em 2016/2017, resulte na oferta mais enxuta de animais para abate neste ano.

Entretanto, existem fatores que são esperados para que o preço da arroba se valorize, por exemplo, o aquecimento da economia.

Neste momento, um ponto importante para se destacar, é a intensificação que normalmente ocorre na entressafra no Brasil.

Ou seja, o período que ocorre maior número de animais terminados em confinamentos para suprir o déficit de pastagens na época mais seca do ano.

A projeção da CONAB (Companhia Nacional de abastecimento) de fevereiro/19, de uma maior produção de grãos, principalmente do milho de segunda safra (21% maior que a safra 17/18), pode trazer margens melhores para os confinadores.

Segundo o CEPEA, com a maior disponibilidade de milho no segundo semestre e a sinalização de preços firmes no mercado futuro, a rentabilidade da atividade pode chegar a 10,85%.

Mas é claro, que voltamos no ponto em que é necessária uma boa gestão dos preços. Tanto na compra dos insumos, como na venda do produto final.

Conclusão

A atividade necessita de investimentos, um bom planejamento, organização, conhecimento da produção e do mercado mundial (veja aqui as tendências). Esses fatores são de extrema importância para o sucesso da atividade.

Mas, nem sempre uma atividade com maior intensificação, gera mais riscos! Uma atividade extensiva, mal gerenciada representa um risco maior para a saúde financeira da propriedade.

Os sistemas de recria e terminação estão mais voláteis às variações de preços da venda. A compra de animais na recria e terminação chegou a representar 56% do custo operacional total na média Brasil em dezembro/18, segundo dados do Cepea.

Deste modo, uma boa gestão dos custos de produção, permite que na hora da venda, você saiba com exatidão qual o preço mínimo de venda, para que não se tenha prejuízos.

Além disso, o uso de ferramentas para saber o ponto ideal de compras dos insumos, ou saber o melhor momento na hora de vender o boi gordo, diminui satisfatoriamente o risco da atividade.

Quais as suas expectativas para este ano? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Plataformas Inteligentes Agromove
Plataformas Inteligentes Agromove.

>> Leia mais entrevistas em: “Cria: 5 principais entraves”. Nesta entrevista, Rodrigo Paniago, da Boviplan Consultoria Agropecuária nos responde as principais dúvidas sobre a fase de cria e comenta seus principais entraves.

>> Leia mais entrevistas em: “Recria: 5 principais entraves”. Neste texto, Marco Balsalobre responde quais são os principais entraves desta fase e porque ela é tão negligenciada.

>> Leia mais entrevistas em: “Engorda: 7 principais entraves”. Neste texto, Rogério Fernandes Domingues fala um pouco mais sobre os principais entraves na engorda e como isso pode ser prejudicial ao produtor.

>> Quer saber mais sobre Mercado Futuro? Leia o artigo “Mercado Futuro do Boi Gordo e Commodities: 7 cuidados básicos” do Alberto Pessina.

>> Leia mais em: “Por que devo saber o meu custo?”. Onde Alberto Pessina responde as principais dúvidas sobre gestão de custos.

>> Leia mais entrevistas em: “Margem Bruta e Eficiência Comercial”. Onde Alberto Pessina explica sobre Margem Bruta e Eficiência Comercial.

>> Leia mais entrevistas em: “Como melhorar os resultados da empresa rural?”. Onde Alberto Pessina explica que precisamos analisar uma série de fatores que influenciam na produtividade e rentabilidade do negócio para atingir bons resultados. E é fundamental se ter uma boa gestão das atividades da propriedade rural.

>> Assista nossos webinars em https://blog.agromove.com.br/webinars/

>> Leia mais sobre o ICAGRO em: “Índice de Confiança do Agronegócio (ICAGRO)”, onde explicamos de forma simples e didática o que é o ICAGRO, como é medido, como podemos avaliar as respostas e quais são os maiores problemas apontados pelos pecuaristas.

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Mercado Futuro e Opções de Futuros na Pecuária de Corte e Grãos - Agromove
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